segunda-feira, 9 de março de 2015
O papel das emoções positivas em altas doses para nossa felicidade
O equivocado enaltecimento e
aceitação tácita de que o sentimento de independência emocional seja uma
questão de racionalidade e sinal de força, superioridade, “o mundo é dos fortes”,
ou capacidade especial de ser esperto,
“sobrevive apenas o mais apto”, é que tem motivado pessoas a agirem de forma a não
serem rotuladas de fracas ou emotivas, e na maioria dos casos, contra
a própria natureza. As atitudes são tomadas tendo como motivação fatores e
apelos externos, afinal de contas há uma
reputação social a zelar, e a todo custo. A preocupação é a de fazer parte
do grupo dos fortes, racionais. E
assim, quando se dão conta, percebem-se sozinhos e afastados de amigos e
daqueles a quem mais amam. Tão envolvidos na tarefa de serem reconhecidos como
racionais não entendem e, de repente, se perguntam “para onde terão ido todos?” E nem com essa constatação param para
uma reflexão. A compensação para a ausência de afeto ou manifestação de carinho
é automaticamente transferida para aquisição de bens materiais, viagens e atualmente,
a exposição e entrada no mundo de faz de conta autoalimentado nas redes
sociais, com intuito de apresentar ao mundo, mesmo que virtual, e aos próprios,
que possuem um número de “amigos” e “seguidores” cada vez crescente; que,
portanto, não são “loosers”.
Na vida real, vão às
baladas, munidos de energéticos, cerveja, drogas e camisinhas vagabundas para
manterem-se numa alegria artificial. No
fundo sabem que tudo ali é falso, fake.
Os encontros nas baladas não são vividos como experiências afetivas, para
compartilhar alegria espontânea. Tudo vira número, pessoas e lugares, “mais
uma, mais um”, para assim terem o que comentar nas redes sociais pelos seus iphones. Tudo é racional, mental, friamente
pensado para tornar pessoas e experiências em coisas.
Ao longo dos anos, não importa
o quanto jovens ou adultos sejam, são adestrados à permanência firme nos
princípios baseados em seus juízos de valores, sem cogitarem “dar o braço a
torcer”, reconsiderar, relevar, perdoar atitudes e/ou situações com as quais
não estão de acordo ou não julgam ser o
certo. Criaturas radicais com conceito particular de democracia. E assim, brigando com colegas de trabalho, reclamando
pelo lugar na fila do supermercado, desentendendo-se com maridos, esposas,
filhos e parentes, vão se autoafirmando e também tornando-se tristes e solitárias,
com sintomas neuróticos, maníacos obsessivos. Empanturram-se com suas certezas
e nhem nhem nhens. A ideia de mudança ou saída de suas zonas de
conforto é inadmissível. Conheço muitas criaturas assim.
A dor e ressentimento
causados por frustrações vivenciadas são capazes de provocar sofrimento físico,
enfraquecendo o coração, e principalmente a alma, levando para longe o
entusiasmo, instalando-se a desesperança, apatia e impotência, resultante da falta
de atitudes de carinho, manifestações de afeto, tão importantes para nós, seres
humanos. A rigidez mental lhes impede de pedir perdão ou dar uma segunda
chance; e viabilizar mudanças.
Não conseguem entender a relevância
ao expressar afeto pelo abraço, beijo ou presente de aniversário escolhido com
cuidado após idas a várias lojas para ter a certeza de receber de volta o presente
maior - o sorriso do aniversariante. Pensam unicamente com a razão,
negligenciando o papel principal das emoções positivas para nossa felicidade e
plenitude. Seguem privando-se de
momentos felizes com o filho ou filha, esposa ou marido, amigo ou amiga,
qualquer pessoa, porém firmes em suas posições, não podem vacilar.
Segundo qualquer dicionário,
o verbete vacilar é sinônimo de:
oscilar, balancear, mover-se, dançar... Todos os sinônimos passam a ideia de
movimento e mudança de um estado para outro.
É preciso lembrar que, como
seres humanos, possuímos uma natureza que oscila/vacila do claro para o escuro,
da vigília ao sono, do consciente para o inconsciente, pois somos
contraditórios por natureza. Gente de carne, osso e alma que erra e acerta, tem
certezas e dúvidas etc. E, mais que tudo, precisam de carinho e expressões de
afeto em doses homeopáticas ou não, pois não há efeitos colaterais com o
excesso, somente com a falta ou escassez. Simples assim.
Comentários:
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Querida Syla,.
Muito bonito seu texto sobre a felicidade.
Serve para refletirmos, e você faz isso tão bem, nos colocando para pensar sobre o tema. Gostei muito!
Parabéns pelo texto!!
Um forte abraço do amigo.
Stenio
Muito bonito seu texto sobre a felicidade.
Serve para refletirmos, e você faz isso tão bem, nos colocando para pensar sobre o tema. Gostei muito!
Parabéns pelo texto!!
Um forte abraço do amigo.
Stenio
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