sábado, 13 de fevereiro de 2010

 

Cavaleiros Don Quixotes, Príncipes Buscadores de Princesas Indefesas e Sofredoras

A mente humana é, e continua sendo, meu objeto de estudo. E quanto mais me aprofundo, através da análise de personalidades, usando seja a Psicologia, Astrologia, Tarot, com estudo de casos, interpretação de sonhos... não chego a conclusão alguma, apenas a uma longe idéia, rascunho sobre seu funcionamento.
Todos temos motivações bastante inusitadas que nos conduzem a armadilhas. E são essas armadilhas que podem ser compreendidas ou "interpretadas" como compulsões, manias, síndromes, enfim, como um conjunto de atrativos que nos puxam com tamanha força/poder magnético que, na maioria das vezes, torna-se difícil nos livrarmos de sua influência
Por vezes falamos de uma... nostalgia quanto a sentimentos e boas sensações que não mais compartilhamos. Ou quanto à sensação de conforto e segurança daqueles momentos passados com pessoas especiais em nossas vidas. Então, saímos conscientemente (ou não?!) em busca de alguém (ou algo) que preencha o vazio, a sensação de incompletude que tanto nos inquieta. E sabemos que procuramos alguém, não qualquer alguém que nos acompanhe com freqüência a concertos ou nos garanta noites certas de sexo selvagem, mas alguém difícil de atingir, chegar... De alguma forma, já sabemos tratar-se de uma tarefa especialmente trabalhosa, então, desistimos logo de primeira. E catamos a dedo relacionamentos que não preenchem nossas expectativas, fica sempre faltando algo... E seguimos frustrados, procurando, novamente, em lugares mais improváveis de achar... Chegamos até a apostar: “agora eu acertei!” E novamente, frustração. Será auto-boicote? Dedo podre (como bem qualifica este “talento”, uma amiga?!) Penso que não. Simplesmente a busca pelo objeto ideal do desejo é uma maneira que encontramos de buscar uma completude equivocada baseada na união de pessoas, busca da tal alma gêmea, como se fosse algo que há muito tempo perdemos ou deixamos escapar... Por isso buscamos no outro características opostas ou diferentes do que somos, achando que iremos encontrar a outra metade da laranja. E o perigo está em acreditar nisso, com fé. O sentimento de autorealização, completude, não deveria estar associado ao fato de encontrar alguém que encaixe, seja pelas diferenças ou semelhanças. Equívoco. Um relacionamento não deveria estar baseado no preenchimento de lacunas, vazios ou espaços não ocupados. A fórmula não deveria ser igual a: “estou carente, logo preciso de alguém que apresente comportamentos seguros, destemidos, auto-confiante etc. Ou sou tímido e introvertido, logo preciso de alguém divertido e falante etc.
Um relacionamento qualquer deve considerar outras premissas. É preciso que haja uma mudança de paradigma para que seja possível compreender, mesmo que seja um pouco, a complexidade de ser humano.Particularmente conheço e já ouvi falar de muitos Cavaleiros Don Quixotes ou Príncipes Buscadores de Princesas Indefesas e Sofredoras. Da mesma forma que conheço e já ouvi falar de muitas Princesas Indefesas aguardando a chegada de Príncipes com suas espadas para matar dragões ou Princesas que aguardam Príncipes para que as raptem ... Enfim... Por que tudo isso? Porque sempre souberam que eles existiam de alguma forma, em algum lugar, esperando por eles. O fato é que nunca viram suas princesas nem os príncipes na vida real. É assim que funciona o arquétipo. Vem e toma conta de nós, não por maldade, mas porque sempre fez parte da gente! Para lembrar sobre nossa natureza. Enquanto a gente ficar buscando algo ou alguma coisa que faz parte de nós, porque É da nossa natureza, ou seja, um ideal de homem, de mulher, de mãe etc fora de nós, fica frustrante encontrar alguém real, de carne e osso. Nem dá pra competir. É por isso que os relacionamentos tendem a ser frustrantes. Não dá para se enganar. E não é preciso entrar em depressão por conta disso. Pois por depressão entende-se, desistência, falta de energia, força interna. O que é preciso é que se busque a autorealização através de uma busca verdadeira,não por aquela inventada ou roteirizada pela mídia – caminho de Santiago, Santo Daime etc. Mas pelo conhecer e integrar partes de si mesmo, com coragem. Então sim, em seguida, buscar um par que acompanhe esse processo, mas levando os últimos acontecimentos na bagagem para reflexão, para ser justo consigo próprio e com o par. Sem cobranças, sem comparações. Compartilhando simplesmente.

Comentários:
é a grande busca da humanidade ninguem tem uma forma perfeita pra isso
 
Syla,
Legal msm vc falar um pouco de relacionamentos, um tema riquíssimo, se algum dia eu escrever um livro, certamente estara voltado p/ esse assunto.
Penso q. independente de qq coisa, precisamos ser parte inteira de uma vida a dois.Gosto de usar o termo acrescentar, no lugar de completar, quero acrescentar algo novo na vida de quem está a meu lado, completar acho muita responsabilidade, tipo promessa, q. na verdade não sabemos se seremos capazes de cumprir. Abraço, Denize
 

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]





<< Página inicial

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Assinar Postagens [Atom]